grana e outras falas

 Gente, hoje conversamos no final de nosso encontro sobre os temas dos exercícios de cena. Estamos vivendo um momento bem interessante nas relações entre trabalho e remuneração, com uma acumulação de recursos cada vez mais nas mãos de poucos.

Além, moramos no distrito federal, de cara com um cotidiano de poder e relações entre poder e dinheiro. 

Então, mesmo que as cenas sejam as mais líricas, as mais belas, é quase impossível viver em uma redoma. É quase impossível não sentir os efeitos do empobrecimento em todos níveis da população. A maioria ganha cada menos, e uma minoria está lucrando com isso!

Com isso, nesses extremos, percebemos extremismos. Não se trata mais de ideias, sonhos, ideologias. É grana. Temos um financiamento, uma canalização de fontes materiais para que essa situação se perpetue. Pessoas, grupos são pagos para defender a manutenção dessa ordem perversa, que afeta a todos. 

Assim, propomos que as cenas tenham essa intensidade de indignação contra essa situação, mesmo que não coloquem explicitamente figuras e fatos desse caos que estamos presenciando.

Ontem a noite tivemos nas ruas de Brasília ataques terroristas, com destruição de carros e ônibus. Tivemos mesmo ataque à delegacia e sede da Polícia Federal! Foi uma demonstração de força, de poder, de defesa de uma visão de mundo, e tudo financiado. Grana! 

Há dinheiro suficiente para todos, comida para todos, espaço para todos. Mas o que está havendo é cada vez mais uma concentração de recursos na mão de poucos. E esses poucos querem cada vez mais pra si. Mais que uma questão moral, essa ganância é financiada, um desejo sem fim. 

Vamos trabalhar com camadas, com inclusões das cenas cada vez mais nesse âmbito maior, amplo. 

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