links dos vídeos do primeiro encontro . 1/11/2022

 Gente, hoje, dia 01 de novembro, de 2022, tivemos nosso primeiro encontro.


Eis os links. 

1- https://youtu.be/KCyrJrk8Axk

2- https://youtu.be/vygqwxQjVWQ

3- https://youtu.be/dVN8zkDSh-g

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  1. Aula 1 (01/11/2022): “Entretenha-nos com seu nome”

    Hoje foi a primeira aula do TEAC Huguianas. Foi muito bom, turma boa, pessoas dispostas. Não fiz a chamada ainda, mas deve ter dado em torno de umas 30 e poucas pessoas. O programa da aula foi assim:
    Iniciamos em roda conversando algumas coisas com eles tentando estabelecer uma disciplina de ensaio. Por exemplo, a pontualidade (idealmente 14h eu inicio o trabalho), o foco (estar imerso no trabalho, portanto sem celular e outras distrações até o fim da aula), a sacralidade do espaço do teatro (tirando os sapatos e entendendo aquele espaço como sendo de uma natureza diferente do espaço da vida cotidiana).
    Primeiro exercício: Ainda na roda, se apresentar falando o seu nome do jeito que quiser, mas tendo em mente que é uma apresentação artística, performática. Como vi que a turma estava de modo geral um pouco retraída, um resultado de não terem se aquecido eu presumo, resolvi propor um aquecimento.
    Segundo exercício: Aquecimento. Propuz o exercício clássico do Hugo: iniciando com uma caminhada pelo espaço preenchendo uniformemente o mesmo. Essa caminhada foi se acelerando até se tornar uma corrida. Em meio a corrida passei alguns conceitos: A ideia de preparar a sua ação de maneira a não esbarrar em nenhum colega que esteja correndo e a forma circular da trajetória da corrida de maneira a que, esteticamente, nenhuma trajetória tenha curvas bruscas, mas que sempre se entrelaçem circularmente ou elipticamente. Quando a corrida esteve bem comandei algumas congeladas aleatórias para ver se estavam atentos e em seguida uma queda em espiral e levantada em 5 fotos para finalmente completarem o ciclo coreográfico ao voltarem a correr. Inicialmente eu dava as direções, mas depois eu pedia para que eles mesmos descobrissem o tempo comum para realizarem a coreografia.
    Terceiro Exercício: Câmera Lenta. Iniciando em pé, o objetivo é deitar todos juntos em câmera lenta. Lembrando os fundamentos da câmera lenta: Não se ajeitar; estar com o corpo inteiro se movendo como um todo unido e não como a soma de partes (organicidade); se mover numa lentidão quase que sobrenatural.
    Pausa para a água e banheiro.
    Quarto exercício: Treinamento mais individual na diagonal. A proposta era dizer o seu nome atravessando a Diagonal ou, em outras palavras, “entretenha-nos com seu nome”. Alguns fundamentos da Diagonal foram aparecendo ao longo do exercício: Não interpretar; Exploração das 4 frentes; diferenciar uma ação performática (imagem e som como fundamento da ação) de uma ação narrativa ou discursiva (na qual o ator se esconde atrás de uma historinha). Uma reflexão: a ação liberta enquanto que se esconder atrás de uma narrativa, é uma máscara, é algo que se faz quando não se está seguro da sua ação. Percebi que havia uma dificuldade de distinguir essas duas abordagens: interpretação e ação. Então pedi para que fizessem o exercício falando seus nomes ininterruptamente e num movimento rapidíssimo. Devido à velocidade do movimento e da voz não houve tempo para que eles pensassem numa ideia narrativa e, assim, o corpo e a voz se soltaram mais, ficaram mais livres. Em seguida propús que continuassem o exercício em duplas.
    Quinto exercício: Treino de coro. Entretenha-nos com seu nome em coro. O mesmo exercício anterior, mas agora em coro. Inicialmente ficou um coro falando todos os nomes ao mesmo tempo que já era uma imagem bonita ainda que meio bagunçada. Então pedi para que falassem em sussuros e que vez ou outra surgisse um nome acima dos outros (como um treino de coro e corifeu). Aos poucos foi aumentando a velocidade de aparição desse corifeu até chegar numa apoteose de vozes. O final foi congelado.
    Roda de conversas: Marcus falou algo que me interessou muito: “porque que Dionísio é o Deus do Teatro? Os outros Deuses queriam um pedaço seu, um rito, uma oferenda, uma preçe, um braço, uma perna sua, etc... Já Dionísio não, ele não se contenta com uma parte sua, ele quer você inteiro, você todo aqui. Esta é a arte do ator, estar todo aqui, estar inteiro aqui.

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  2. Algumas reflexões para pensar em casa:
    O que diferencia uma ação corriqueira de uma ação artística? Posso escovar os dentes só escovando os dentes, mas também posso escovar os dentes performaticamente, sendo aquela ação interessante, presente, inteira. O que diferencia uma pessoa comum de um ator realizando uma ação?
    Como desenvolver a precisão do gesto?
    O que é ter domínio técnico para você? O que é ter domínio do seu próprio corpo para realizar algo artístico?
    Errar é bom. É preciso errar para conseguir. O único jeito de acertar é tentando. O que, inevitavelmente, implica um certo número de erros. Se não der certo, há sempre o amanhã.

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